Os fungos são popularmente conhecidos por bolores, mofos, fermentos, levedos, orelhas-de-pau, trufas e cogumelos-de-chapéu (champignon). É um grupo bastante numeroso, formado por cerca de 200.000 espécies espalhadas por praticamente qualquer tipo de ambiente.
Principais Características
- São eucariontes
- Aclorofilados
- Heterótrofos por absorção
- Podem ser saprófitos (decompositores) ou parasitas
- Unicelulares ou pluricelulares
- Os pluricelulares tem o corpo formado por micélio: conjunto de hifas
- Possuem células com parede celular de quitina
- Reprodução assexuada ou sexuada por esporos
- Habitat: lugares úmidos e sombreados ou aquáticos.
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Fungos decompositores no tronco de uma árvore - Parque Vasconcelos Sobrinho em Caruaru (04.09.2017) Foto: Tatiana Souza |
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Fungo orelha de pau encontrado no Parque Vasconcelos Sobrinho - Caruaru em 04.09.2017 Foto: Tatiana Souza |
Os Fungos e sua Importância
Ecológica
Os fungos apresentam grande variedade de modos de vida. Podem viver como saprófagos, quando obtêm seus alimentos decompondo organismos mortos; como parasitas, quando se alimentam de substâncias que retiram dos organismos vivos nos quais se instalam, prejudicando-o ou podendo estabelecer associações mutualísticas com outros organismos, em que ambos se beneficiam. Além desses modos mais comuns de vida, existem alguns grupos de fungos considerados predadores que capturam pequenos animais e deles se alimentam.
Os agricultores usam fungicidas para eliminar os fungos das plantas. Atualmente, é comum selecionar para o plantio plantas geneticamente resistentes aos fungos.
Os fungos são capazes de penetrar na camada da celulose que protege as plantas. Alguns destroem a substância responsável pela enrijecimento do tronco e do caule das plantas.
Micoses - As doenças provocadas por fungos são conhecidas como micoses. Entre as que podem acometer o ser humano, podemos citar o "sapinho", comum na boca de bebês, e as frieiras nos pés. Há micoses que atacam órgãos internos, por exemplo, os pulmões, e podem provocar a morte do indivíduo.
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Os fungos podem infectar a nossa pele e multiplicar-se causando as micoses. Para ocorrer essa multiplicação, são necessárias condições que favoreçam a ação dos fungos: a umidade e o calor, comuns nas virilhas, entre os dedos (principalmente os dos pés) e no couro cabeludo; dessas regiões os fungos podem espalhar-se por outras áreas do corpo.
Em todos os casos mencionados, os fungos liberam enzimas digestivas para fora de seus corpos. Essas enzimas atuam imediatamente no meio orgânico no qual eles se instalam, degradando-o à moléculas simples, que são absorvidas pelo fungo como uma solução aquosa.
Os fungos saprófagos são responsáveis por grande parte da degradação da matéria orgânica, propiciando a reciclagem de nutrientes. Juntamente com as bactérias saprófagas, eles compõem o grupos dos organismos decompositores, de grande importância ecológica. No processo da decomposição, a matéria orgânica contida em organismos mortos é devolvida ao ambiente, podendo ser novamente utilizada por outros organismos.
Apesar desse aspecto positivo da decomposição, os fungos são responsáveis pelo apodrecimento de alimentos, de madeira utilizada em diferentes tipos de construções de tecidos, provocando sérios prejuízos econômicos. Os fungos parasitas provocam doenças em plantas e em animais, inclusive no homem.
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Fungos decompositores no tronco de uma árvore - Parque Vasconcelos Sobrinho em Caruaru (04.09.2017) Foto: Tatiana Souza |
A ferrugem do cafeeiro, por exemplo, é uma parasitose provocada por fungo; as pequenas manchas negras, indicando necrose em folhas, como a da soja, ilustrada a seguir, são devidas ao ataque por fungos.

Líquens
Os líquens são associações simbióticas de mutualismo entre fungos e algas. Os fungos que formam líquens são, em sua grande maioria, ascomicetos (98%), sendo o restante, basidiomicetos. As algas envolvidas nesta associação são as clorofíceas e cianobactérias. Os fungos desta associação recebem o nome de micobionte e a alga, fotobionte, pois é o organismo fotossintetizante da associação.
A natureza dupla do líquen é facilmente demonstrada através do cultivo separado de seus componentes. Na associação, os fungos tomam formas diferentes daquelas que tinha quando isolados, grande parte do corpo do liquen é formado pelo fungo.
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Líquen encontrado no Parque Vasconcelos Sobrinho - Caruaru em 04.09.2017 Foto: Tatiana Souza |
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Líquen encontrado no Parque Vasconcelos Sobrinho - Caruaru em 04.09.2017 Foto: Tatiana Souza |
Micorrizas
Micorrizas (do grego mukes – cogumelo e rhiza – raiz) são associações entre fungos e raízes de plantas superiores.
Os fungos, associados às raízes, ocupam um maior volume do solo, potencializando a absorção de nutrientes, principalmente do sódio. A planta, através da fotossíntese, fornece energia e carbono para a sobrevivência e multiplicação dos fungos. Nos trópicos, onde a maior parte do solo apresenta baixa fertilidade, a formação de micorriza é importante para a sobrevivência e o crescimento das plantas, assim como para a sucessão da floresta e a recuperação das áreas degradadas. Neste tipo de solo, a micorrização pode beneficiar pouco ou não ter efeito sobre a planta hospedeira.
Reprodução dos Fungos
Esporos
Os esporos são células que, por mitose, originam novos indivíduos. Em geral, são imóveis, com exceção dos encontrados em quitrídios, e produzidos por estruturas que se elevam acima do micélio (massa enovelada formada por um conjunto de hifas), denominadas de esporângios, ou em células de hifas (filamentos de células), sendo denominados de conídios.
Os esporos consistem em um método bastante eficaz de propagação, pois podem ser carregados pelo vento, água e animais a grandes distâncias. Quando eles caem em um local propício, com água e nutrientes, desenvolvem-se. Essa facilidade de propagação ajuda a explicar a ampla distribuição de muitas espécies.
A reprodução assexuada nos fungos pode ocorrer de três maneiras, por fragmentação, brotamento e esporulação.
A fragmentação é um tipo de reprodução assexuada muito simples que ocorre em certas espécies de fungos. Nesse tipo de reprodução, o micélio (conjunto de hifas) se quebra, graças a fatores bióticos ou abióticos, dando origem a clones.
O brotamento, também chamado de gemulação, é outro tipo de reprodução assexuada que ocorre em fungos, como o Saccharomyces cerevisae. No brotamento, o fungo adulto emite brotos ou gemas laterais que se desenvolvem e podem ou não se separar da célula original.
A esporulação é um tipo de reprodução assexuada realizada por diversas espécies de fungos, como o Rhizopus. Na esporulação, os fungos possuem estruturas chamadas de esporangióforos, que nada mais são do que hifas especiais que saem de determinados pontos do micélio. Na extremidade de cada esporangióforo, encontramos o local onde são produzidos os esporos, que é chamado de esporângio. Quando os esporos estão maduros, o esporângio adquire coloração escura e se quebra, liberando os esporos no ambiente. Os esporos são células haploides de paredes resistentes que, por serem muito leves, são disseminados pelo ambiente através do vento, água, animais, homem etc. Quando esse esporo encontra um local com condições ambientais favoráveis, ele se desenvolve, originando um novo micélio.
Reprodução sexuada
De modo geral, a reprodução sexuada dos fungos se inicia com a fusão de hifas haploides, caracterizando a plasmogamia (fusão de citoplasmas). Os núcleos haploides geneticamente diferentes, provenientes de cada hifa parental, permanecem separados (fase heterocariótica, n + n).
Posteriormente, a fusão nuclear (cariogamia) gera núcleos diploides que, dividindo-se por meiose, produzem esporos haploides. Esporos formados por meiose são considerados sexuados (pela variedade decorrente do processo meiótico).
Fonte: http://www.sobiologia.com.br e http://brasilescola.uol.com.br